sábado, 11 de junho de 2011

A Guerra dos Imoles, 8ª parte - uma noveleta de Roberval Barcelos

Segunda batalha

Akim catalogou quarenta aldeias num raio de cem quilômetros. Algumas controlavam extensos territórios e outras se limitavam a uns poucos campos de caça. De qualquer forma, ele sabia que o que procurava estava naquela aldeia nas margens do rio que mais tarde será conhecido como rio Oxum. Ao menos era o que lhes diziam os “eguns”.

– Linterbaun, quero que reúna as aldeias aliadas e prepare-as para um ataque.

– Desculpe, General – Akim virou o rosto, pois era muito raro seu fiel ordenança lhe objetar qualquer
coisa. – Mas nós podemos fazer isso em menos tempo e com mais facilidade.

Akim pôs as mãos para trás e rebateu:

– Você não entende. Se nós atacarmos a aldeia, eles fugirão e nunca saberemos quem é o “élégun”. Se outros como eles os atacarem, os aldeões se comportarão como um povo conquistado e aceitarão melhor sua nova situação.

Assim, chegaremos ao “élégun” porque certamente ele estará protegido contra qualquer perigo.

– Mas o ele... elé-gus... elêgun... seja o que for, poderá fugir do mesmo jeito, General.

– Não Linterbaun, não fugirá. Se submeterá porque é assim nesta época e neste lugar. Ele achará que poderá continuar sua missão sob novos senhores. Aí, quando estiver exposto, nós o pegaremos e o manteremos em cativeiro até os “igbá-imolés” chegarem. Meu pai Ogun virá na frente, abrindo os caminhos e então, lhe darei o prêmio máximo e o levarei para nossa época, para exterminar nossos inimigos.

Linterbaun não fez nenhum comentário. Seriam inúteis. Bateu continência e retirou-se para cumprir
ordens.

* * *

Chico Ferreiro e o Babalaô separavam as plantas que usariam na oferenda e na preparação do “élégun”.

Faltavam algumas plantas e as aves requeridas já estavam com as “iá-petebis” . Entre os dois ficava a certeza de que o tempo urgia e não estava a seu favor.

– Penso se Adebisi está preparado para tamanhos conhecimentos – disse o Babalaô, sem perder um detalhe do trabalho de Ferreiro.

– Ele tem que estar, afinal é o primogênito de uma nova ordem de iniciados.

– Então devo chamá-lo?

– Sim, deve.

O Babalaô fez um sinal para uma das “iá-petebi” que saiu dali em silêncio e retornou minutos depois com Adebisi.

– Querem falar comigo?

– Queremos mais do que falar – disse Ferreiro. – Queremos que fique e aprenda.

Adebisi olhou de soslaio para o Babalaô e pareceu descrente:

– Posso?

– Sim, Adebisi. é chegada a hora do escolhido dos deuses mostrar o que sabe e o que pode aprender – disse o Babalaô.

– Mas eu... não sei nada – objetou, encarando firme Ferreiro. – Como posso ensinar?

– Então fique e aprenda – respondeu Ferreiro.

Adebisi ficou.

Ferreiro estava exultante. Por uma dessas peças que o destino nos prega, lá estava ele, na África primitiva, diante do primeiro “élégun” e de um dos primeiros Babalaôs, testemunhando o alvorecer de sua religião. Embora não tivesse certeza de que voltaria para sua época ou se o mundo inteiro sobreviveria aos “igbá-imolés”, ao menos estava participando ativamente daquilo que, no futuro, lhe ensinarão como se fossem lendas.

Para Adebisi, Ferreiro era um professor e tanto, capaz de prender sua atenção e sorrir de satisfação quase como se o venerasse. Quando Adebisi queria aprofundar-se em algum assunto, o velho Chico interrompia dizendo que tal conhecimento lhe seria passado pelos deuses.

– E se o mundo for destruído?

Ferreiro e o Babalaô se entreolharam, e este respondeu:

– Ao menos um de nós morrerá depois de ter aprendido muita coisa.

E as ‘aulas’prosseguiram.

* * *

Adebisi admirava o trabalho de Ferreiro macerando as ervas e folhas que recolheu na mata com as “iápetebis”.

O velho estava sentado no chão, sobre uma esteira e com uma bacia de barro entre as pernas, onde
misturava o sumo das ervas e folhas com a água enquanto recitava algumas orações.

– Para quem é isso? – Adebisi perguntou.

– Para você – o iorubá de Ferreiro era impecável. – Quando chegar a hora, você tomará um banho com esta água de ervas da cabeça aos pés e, em seguida, fará todo resto.

– Que resto? Tudo aquilo que você me ensinou?

– Aquilo e muito mais do que você sabe agora.

– Xi! Mais complicação!

Ferreiro sorriu e continuou o trabalho enquanto as “iá-petebi” traziam mais ervas e folhas. Adebisi apenas observava e aprendia.

* * *

Giácomo e Roberto Alves caminhavam pelas bordas da aldeia e eram objetos da curiosidade de todos, afinal eram brancos, altos e usavam roupas estranhas. Ao passarem por um grupo de mulheres, Giácomo ensaiou um cumprimento, mas elas se viraram envergonhadas e riam baixinho enquanto eles passavam.

– E aí, Giácomo? – Roberto indagou em tom de deboche. – Vais encarar? Vamos ter que ficar por aqui
mesmo.

– Tá difícil, Roberto. Elas são muito ruins e cheiram mal. Não dá para encarar, não.

– Engraçado como as coisas mudam. Não era você que ficava dizendo que ‘não existe mulher feia, você é que bebeu pouco’?

– Dizia sim. Só que até a bebida daqui é questionável, sem falar no cheiro estranho. Acho que um pouco de abstinência sexual pode até me fazer bem. Ao menos por hora.

De repente, como se viesse do nada, uma lança quase acertou Roberto, que abrigou-se atrás de uma árvore.

Imediatamente, ele e Giácomo sacaram suas Terminators. Seria um atentado?

Em minutos, uma gritaria veio da aldeia. Diante deles surgiram quatro guerreiros cobertos com a pele de algum animal e armados com lanças e facas de madeira. Nem faziam idéia das armas dos dois agentes.

Azar deles. Com quatro disparos certeiros, Roberto e Giácomo mataram os quatro e voltaram para aldeia, que estava sob ataque.

* * *

Franco sentia-se um zero à esquerda prostrado na esteira. Levantou-se devagar e caminhou até o lado de fora da cabana, onde encontrou Chico Ferreiro e o Babalaô separando folhas verdes. Ao lado deles estava Adebisi que olhava com curiosidade colegial e as “Iá-petebis” que obedeciam a todas as ordens, indo e vindo com folhas e pequenas aves.

O homem branco, que ainda tinha seus poderes advindos da tecnologia, sentiu algo errado. Mas, como nada mais parecia fazer sentido, era difícil distinguir anomalias de risco imediato.

– Tem alguma coisa errada aqui! – as palavras de Franco soavam vacilantes, mas chamou a atenção dos outros.

– O que é que tá errado, fio? – Ferreiro indagou sem parar de fazer a seleção das folhas.

Franco não respondeu, olhou na direção da trilha, de onde vieram dois meninos, que avisaram:

– A aldeia está sendo atacada!

Ele nem perguntou quem atacava. Recolocou seu anel de volta no dedo anular e saiu dali numa velocidade tamanha que parecia ter desaparecido sob os olhares de todos.

Em dois segundos Franco chegou à aldeia, que estava sendo atacada não pelos homens de Akim, como ele esperava encontrar, mas sim por guerreiros negros. Gente que ele esperava proteger.

De repente, sentiu uma ameaça vindo de trás. Quando se virou, viu uma lança aproximando-se como se fosse um filme rodado em câmera lenta, mas seus poderes eram quase divinos e bastou ele vibrar noutra escala do tempo para que tudo se movesse tão devagar que parecia estático. A lança pendia solta no ar e as chamas das cabanas mal tremulavam, enquanto os rostos eram expressões mudas daquela violência.

Franco distinguiu amigos de inimigos e correu entre eles, golpeando alguns e arrancando as armas de
outros. Esperava que os atacantes atribuíssem esse fato a uma intervenção dos deuses e fugissem em pânico.

Em tempo normal, os atacantes sentiram fortes pancadas em seus braços e constataram que suas armas
haviam sumido. Estavam desarmados e machucados diante de um inimigo que reagia com força. Espantados, eles se preparavam para fugir, mas outra leva de guerreiros veio juntar-se a eles, vinda de outras aldeias, devolvendolhes a coragem. Havia agora um atacante para cada habitante da aldeia.

Franco sentiu-se idiota. Fora muito eficaz para provocar medo, mas não para desencorajá-los. Quando
preparava uma nova investida, sentiu o chão tremer debaixo de si.

Surpreso e sem identificar o atacante, passou para outra escala de tempo, ainda mais rápida que a anterior, e viu tudo parado, sem som. O ar pesado por causa da ausência de movimento. Deslocou-se para fora da aldeia, onde poderia confrontar seu oponente sem correr o risco de ferir alguém, mas não encontrou ninguém.

Como que respondendo a uma pergunta não proferida, um negro sorridente, cabeça coberta por uma
carapuça vermelha e preta surgiu diante dele. Vestia um saiote de pele de animal tingido de vermelho e preto, mas sem qualquer simetria. Franco tentou reconhecer se seria um “Irú n-imolé” ou... não.

O Ser fez um sinal, apontando com o indicador o dedo anular da mão onde Franco usava o anel.
Dor!

De alguma maneira Franco foi golpeado na barriga e no peito. Doeu muito e o Ser continuava no mesmo lugar, olhando com curiosidade para ele. Franco voltou para o tempo normal e não viu sinal da batalha, apenas o vai e vem de mulheres e homens, sem qualquer sinal de luta anterior.

Fora jogado no ontem!

Franco logo entendeu que, de alguma maneira, o Ser mexeu no tempo. Em seguida, retornou ao presente, bem no meio da batalha.

Como o Ser fez isso?

Franco saltou para tempo rápido, numa escala tão mais rápida que até o ar estava pesado. O Ser estava ali com ele, rindo e apontando para sua Terminator. Quando Franco pensou em usar a arma, voltaram para tempo normal e a batalha estava bem diante dos seus olhos e ouvidos.

Depois de alguns segundos, foi possível descobrir quem era o Ser. Ele não queria que Franco usasse seus poderes tecnológicos. Ao menos não nesta época. Não era um “Imolé” inimigo, mas um futuro Orixá, que parecia ter entendido que fora reconhecido e, sem fazer qualquer gesto, desapareceu.

A batalha continuou e Franco destravou sua Terminator para mirar num guerreiro inimigo. Quando ia
atirar, uma lança passou perto de sua cabeça, mas tão perto que por pouco não o acertou. Franco, surpreso, constatou que a lança não se destinava a ele, mas sim a um guerreiro inimigo que estava bem próximo, com uma faca de madeira na mão. Seja quem for que arremessou aquela lança, salvou-lhe a vida.

– Não descuide durante uma batalha.

Era o dono da lança, um africano corpulento que chegou com reforços e que atacavam os invasores.

– Diga-me o teu nome! – a curiosidade de Franco era sincera. Quando chegou nesta época, achava
impossível ser surpreendido por qualquer fato. Agora estava acostumado a surpresas.

– Afisi! – bradou o guerreiro, mas estava indiferente e voltou-se para batalha.

O embate prosseguiu. Os guerreiros da aldeia se animaram com os reforços que chegaram com o tal de Afisi e revidaram com renovado entusiasmo o ataque. Roberto e Giácomo também lutavam, apesar da vantagem tecnológica das Terminators.

Franco sorriu. Os homens de Afisi e – pasmem! – Roberto e Giácomo, derrotaram os inimigos. Todos os sobreviventes fugiram.

Que havia muita coisa errada, Franco já sabia, mas nunca imaginou que logo Exu, mensageiro dos Orixás, viesse lhe dar o terrível recado: não deveria usar seus poderes aqui.

* * *

Franco nunca levou a sério esta história de deus intempoliano mesmo depois de fazer coisas que muitos dos mais cépticos chamariam de impossível. Para ele, seus poderes eram uma dádiva de séculos de evolução tecnológica da raça humana – talvez a mais enigmática raça a habitar o universo. A divindade seria um escárnio ou uma atribuição exagerada dos crédulos das Eras pré-industriais.

Fazer o quê? Nos corredores da Empresa correm histórias e nem tudo é do conhecimento de todos,
principalmente as dádivas divinas do Nível 6, que, segundo as lendas, teriam sido partilhadas somente com o Comissário Fraga numa das mais enigmáticas missões de todos os tempos (e tempos alternativos).

Ele era só um universitário em Palmares quando foi recrutado para trabalhar numa empresa cuja extensão dos tentáculos ele sequer imaginava. Lá dentro, soube que já era esperado e que o universo era maior do que supunha a vã física de sua Linha Temporal. Foi enviado para uma filial numa LT onde os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial e dali foi transferido para outra onde a China capitaneou a descoberta da América. Antes do previsto, foi alçado a uma qualificação superior, que lhe garantiria o acesso a uma tecnologia capaz de confundílo com uma divindade. Daí em diante, entrou para o rol das lendas e passou a ser referido como ‘deus’, embora não fosse sequer figura conhecida – graças a Deus!

– Pensando na vida, mizinfio?

Franco virou-se num sorriso formal para Ferreiro. Na LT de onde o velho veio, Palmares nunca formou uma nação independente. Ele foi para o Brasil com as três princesas africanas para plantar o axé e consagrar as primeiras Ialorixá s do Candomblé.

– Sim, meu velho. Pensava inclusive naquelas vidas que poderíamos ter tido.

– Úiii, mizinfio! Vosmecê fica aí remoendo o passado...

– Eu não disse isso!

– Eu sei. Nem poderia, porque vosmecê nem mais conhece o tempo como ele é. Pra vosmecê o tempo virou um lugar de onde se vai e se volta quando se quer, não é?

– Mais ou menos. Nosso ‘quando’ também pode ser ‘onde’: “Quando” Palmares foi estabelecida e “onde” ela vingou ou não. Quando os africanos foram escravizados na América e onde nunca puseram os pés lá. São esses ‘quandos’ e ‘ondes’ que nos trazem aqui, meu velho. Ferreiro franziu o cenho e parecia estudar o rosto do jovem que o olhava com admiração – E ‘quando’ os Orixás foram até os homens – começou Ferreiro – ‘onde’ eles fracassaram? Franco sabia que estava diante de um homem bastante sábio. Não mediu as palavras.

– Talvez você não entenda tudo o que vou dizer, mas os deuses da Mãe África são uma possibilidade remota – remotíssima – e temo que nada possa fazer frente à ameaça que vem, nem mesmo meus poderes.

– Poderes, mizinfio? – Ferreiro estava boquiaberto.

– Vosmecê fala como se fosse um Orixá.

– Não, meu velho. Estou longe disso.

– E que poderes são esses?

Franco abriu os braços e respondeu:

– Estamos aqui, não estamos? Esse é o meu poder: manipular o tempo.

– O homem não precisa de poder porque é inteligente demais para isso. Quando eu nasci mal se andava de carroça, quando fiz sessenta anos já se voava. Poderes são para os deuses que não sabem que precisam aprender sempre e sempre.

– E o que se ensina para os deuses?

– Muita coisa – Ferreiro sorriu, – por isso eles estão aqui e vosmecê ainda não entendeu.

Disse e saiu. Deu-lhe as costas e voltou aos seus afazeres, ditando à “Iá-petebi” as ervas e animais que queria.

Franco ficou com novas divagações. Foi interrompido de seus pensamentos por Roberto:

– Agora você vai falar, seu merda! – Roberto estava com a Terminator em punho. – Alguma coisa nos
prendeu neste tempo e sabemos que você sabe o quê se passa aqui. Vai falando logo! Tadeu tentou demover Roberto de uma atitude mais radical e o resultado foi uma coronhada que fez o psico-historiador cair. Giácomo pensou em reagir, mas o experiente Roberto virou-se a tempo de mostrar-lhe o cano da arma e fazer ver que não está brincando.

– Desembucha, porra! – arma apontada para Franco.

Ainda sentado, Franco soltou um muxôxo e ordenou:

– Vou lhe dar uma chance: largue agora esta arma.

– Largo o caralho! – estava fora de si. – Eu não quero morrer neste lugar nojento!

Então, como num milagre, Franco moveu-se da esquerda para direita e para frente tão rápido que Robertosó percebeu que estava sem a Terminator quando a viu na mão de Franco.

– Agora podemos conversar? – perguntou Franco.

* * *

Sem entrar em maiores detalhes e sem revelar os segredos mais essenciais da Empresa, Franco lhes contou sobre a missão e sobre si mesmo.

– Você é um ‘deus’?

– Suas palavras, Tadeu, não minhas.

– Mas não existe Nível 6!

– Posso garantir a vocês que existe e que sou membro do Conselho Diretor da Empresa.

Silêncio total. Melhor voltar para o assunto inicial.

– O que houve com nossas Caixas? O que você viu que te fez ficar esquisito e desmaiar? F r a n c o
passou a língua nos lábios. Já esperava todas essas perguntas, mas precisava escolher com cuidado as palavras para as respostas.

– É procedimento comum os membros do Nível 6 terem conhecimento do resultado da missão – qualquer missão – antes mesmo dela começar. Porém, nesta missão, o Ponto de Divergência apresentava-se como uma incógnita. Nunca soubemos ao certo o que aconteceu durante a guerra dos Imóles, apenas sabemos o que houve depois. Quando Akim saiu do século 25, julgamos que a divergência seria mínima, mas desde que ele violou o campo quântico e se deslocou para cá, o CET passou a registrar variações incomuns.

“Por isso eu fui designado para esta missão. Quando chegamos, o Contínuo Espaço-Temporal parecia
normalizado e fui fazer um reconhecimento antes de dar a missão como concluída.”

Franco fez uma pausa como quem se prepara para dar a notícia de um falecimento à família do morto.
Respirou fundo e prosseguiu:

– Fiz uma rápida passagem pelos momentos futuros. Assisti ao avanço dos “igbá-imóles”, o ataque dos
homens de Akim, nosso revide, o encontro com os “irun-imóles” e... de repente, nada. – Como assim
nada? – perguntou Roberto, sob os olhares preocupados dos demais.

– Foi o que eu vi: nada! Eu estava flutuando no vácuo e, onde deveria estar a Terra, havia somente destroços tanto da Terra quanto da Lua.

– Peraí! – Giácomo gritou erguendo a mão – Tá querendo nos dizer que o planeta foi destruído?

– Isso mesmo. Esse resultado não era previsto e não pude alterá-lo. O anel que vocês vêem comigo me dá mais poderes do que o mero deslocamento temporal e pude sobreviver no vácuo tempo suficiente para voltar e tentar evitar o que acontecerá.

Roberto, com a respiração ofegante, indagou:

– E se deixássemos essa LT prá lá e fossemos para outra LT? Poderíamos ir para Atlântida.

Franco sacudiu a cabeça:

– Vocês acham que não cogitei isso? Não há nada. Nada! As forças que se envolveram aqui foram tão
poderosas que a destruição da Terra ecoou em todas as escalas da Realidade. Isso eliminou a Terra de todo CET, mesmo naquelas LTs onde o Homem jamais se desenvolveu.

Roberto, suando e de olhos arregalados, caiu sentado e murmurou:

– Meu Deus, vamos todos morrer!

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